Escolher as brincadeiras de acordo com a faixa etária traz benefícios para o desenvolvimento infantil
As brincadeiras desempenham um papel importante na vida dos pequenos, por isso, elas devem fazer parte da rotina de maneira saudável e adequada a cada etapa de crescimento. Por meio das brincadeiras, por mais singelas que sejam, a criança desenvolve suas capacidades sociais, emocionais e cognitivas, além de descobrir o mundo por meio das experiências, e se divertir. Nesse sentido, os benefícios das brincadeiras podem ser potencializados se elas forem realizadas junto aos pais e amigos queridos, e em meio a ambientes mais próximos à natureza. Tendo essa ideia em vista, uma das principais recomendações de médicos e especialistas em desenvolvimento infantil é reduzir o tempo das inúmeras “telas” às quais os pequenos estão expostos.
Com a correria do dia a dia, alguns pais podem encontrar dificuldades ou a falta de ideias para propor brincadeiras “offline” mais compatíveis com a idade dos filhos. Neste artigo, traremos algumas ideias de brincadeiras que podem ser feitas de acordo com a faixa etária da criança.
Por que ficar mais tempo longe das telas?
A exposição prolongada e precoce que as crianças estão tendo às telas de celulares, tablets e TVs como forma de diversão e entretenimento pode ser muito prejudicial a elas. Nem sempre essa tecnologia é a grande vilã, mas o seu acesso deve ser moderado para que haja um equilíbrio para o bem-estar dos pequenos.
Um dos grandes riscos da exposição exagerada às telas é o agravamento de certos quadros de saúde mental de crianças e adolescentes, como depressão, ansiedade e agressividade por conta do excesso de estímulos ao cérebro ainda em formação. Nesse ponto, habilidades como criatividade, linguagem e imaginação podem ser afetadas devido ao grande volume de conteúdo consumido, em especial se ele for inadequado para a idade.
Outro problema é quanto à qualidade do sono devido à incidência da luz emitida pelos dispositivos, que afeta a liberação de melatonina – o hormônio que regula o sono no nosso corpo. As noites sem dormir direito podem afetar a memória, o aprendizado e a concentração das crianças, o que potencializa algumas complicações no seu desenvolvimento.
Em relação à saúde física, as crianças que ficam mais tempo diante das telas possuem mais chances de desenvolver problemas de saúde como a obesidade infantil, ou quando forem adultas. Isso porque, o tempo em que elas estão sentadas em uma atividade passiva é um tempo desperdiçado para prática de brincadeiras em que há movimentação ou de esportes com os amigos e colegas do mesmo grupo.
Qual é a importância de atividades ativas?
A conexão com o mundo real é primordial para o desenvolvimento infantil, tanto da parte cognitiva e corporal, quanto comportamental e afetiva. Um exemplo disso é o fato de que os bebês, até os 2 anos de idade, ainda não são capazes de diferenciar do mundo real aquilo que enxergam nas telas. Portanto, é essencial que, em cada fase, os pais tenham atenção e proporcionem o ambiente correto para que a criança amadureça naturalmente.
Para ajudar a ter uma noção do tempo limite recomendado de exposição das crianças às telas, a seguinte tabela apresenta a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP):
Ter experiências lúdicas com objetos e com o mundo real é necessário para o bom desenvolvimento, e uma etapa que não pode ser negligenciada pelos tutores. Brincar, portanto, se torna uma experiência libertadora que proporciona às crianças terem imaginação, serem criativas, e construírem sua personalidade para experienciar o mundo no futuro.
Veja a seguir algumas ideias de brincadeiras para fazer com as crianças de acordo com a idade:
De 0 a 2 anos
Até completar dois anos de idade, a criança passa por muitas transformações – desde as primeiras percepções e movimentos até começar a andar – e brinca explorando as capacidades do próprio corpo e o mundo que encontra ao seu redor. Logo, brinquedos com cores, formas, cheiros, texturas e tamanhos diferentes ajudam na formação dos sentidos: tato, olfato, visão, paladar e audição. Além disso, o pequeno começa a distinguir os sons e a reagir conforme as músicas balançando o corpo. Nessa fase, as crianças são verdadeiras “esponjinhas” imitando as pessoas ao seu redor e já começam a realizar pequenas tarefas com ajuda e supervisão.
Sugestões de brincadeiras:
-Exercitar a sonoridade: mostrar objetos que fazem sons na frente das crianças e incentivá-las a acompanhar com os olhos, ou então fazer jogos que envolvam seguir o ritmo da música, como bater palmas e brincadeiras de dança e roda.
-Brincadeiras sensoriais: apresentar diferentes materiais e texturas para o bebê tocar e explorar, como forma de estimular o tato e os demais sentidos. Podem ser materiais diversos, como tecidos e água. Ou brinquedos sensoriais, como os bichinhos sensoriais da Lume, que são desenvolvidos especialmente para os bebês pequenos, levando em consideração todos os requisitos de segurança necessários.
Legenda: Os bichinhos sensoriais da Lume possuem diferentes materiais e texturas e cores contrastantes para estimular os sentidos dos bebês. São indicados para bebês de 4 a 12 meses.
–Contar histórias: Ler histórias para os pequenos antes de dormir ou em um momento específico do dia. Para os bebês de até 1 ano, é importante mostrar as figuras e associar as palavras com o som. Essa atividade envolve o aprendizado da fala e estimula a imaginação e as emoções, fortalecendo os vínculos.
De 2 a 3 anos
Nessa fase, as crianças têm energia de sobra e preferem correr, pular, dançar e soltar a voz. As atividades indicadas são as que ajudam a criança a desenvolver habilidades corporais como equilíbrio, independência e flexibilidade. Além disso, ela passa a entender melhor a linguagem e a exercitar a imaginação por meio da brincadeira.
Sugestões de brincadeiras:
-Caça ao tesouro: faça um caminho dentro de casa ou ao ar livre usando pistas como grãos, pedaços de papel desenhado, ou então um barbante que irão guiar a criança por um caminho até encontrar o “tesouro”, que pode ser desde um brinquedo, um livro, uma comida, ou um presente que irá encantar. Você também pode dar dicas no caminho ou propor desafios – como dançar, pular, se arrastar, etc – para que ela consiga novas pistas.
-Brincadeira de faz de conta: agora, a criança passa a intensificar as suas imitações de comportamentos e representação de papéis na brincadeira de faz de conta. Proponha jogos de faz de conta em que os participantes fingem ser um animal, ou finjam estar em uma história de conto de fadas e a interpretar os personagens. Deixe a criança inventar a sua própria história e vá criando algo novo junto com ela! Para isso, contar com brinquedos que reproduzem algo da vida real ajuda a inspirar histórias e brincadeiras, como é o caso dos brinquedos Cidadela, Vilarejo, Árvores, Casas, Pessoas, Mini Carro e Mini Foguete da Lume.
Legenda: Brinquedos que reproduzem algo da vida real inspiram as brincadeiras de faz de conta.
De 4 a 5 anos
Nessa fase, as crianças estão mais preparadas para a brincadeira em grupo, por isso, jogos e desafios são muito bem vindos. Além de serem divertidos, eles auxiliam no desenvolvimento de diversas habilidades de vida, como a resolução de conflitos ou lidar com a perda e a frustração. Além dos jogos, as brincadeiras de movimento são muito importantes nessa idade.
Sugestões de brincadeiras:
-Pega-pega pegador: sorteie até 3 pessoas para ficarem com um pegador de roupa nas costas da camiseta. O vencedor da brincadeira é aquele que conseguir pegar todos os pegadores antes do tempo acabar.
-Passa anel: muitos pais devem lembrar dessa brincadeira! Escolha um anel, ou outro objeto pequeno como substituto, e organize os participantes em fila. A pessoa com o anel passa as mãos fechadas entre as mãos de todas as pessoas, uma por uma, e escolhe alguém para depositar o anel. Depois, essa mesma pessoa escolhe alguém para adivinhar com quem ele está. Se ela acertar, é a próxima responsável por passar o objeto para as outras.
-Jogos de estratégia: jogos que propõem alcançar algum objetivo e que, ao persegui-lo, contribuem para desenvolver alguma habilidade enquanto divertem, são uma boa sugestão. Um exemplo é o Desafio do Equilíbrio da Lume, que pode ser jogado individualmente ou em grupo, e tem como objetivo empilhar todas as peças sobre uma base sem deixar a torre cair.
Legenda: As crianças são desafiadas e se divertem brincando com jogos de estratégia e em grupo.
De 6 a 8 anos
Nessa fase, a criança passa a compreender o mundo de maneira mais elaborada e os contextos sociais vão sendo reconhecidos por meio de regras e convenções. Agora o brincar é movido por uma vontade consciente de alcançar um objetivo proposto por ela ou por um conjunto de pessoas.
Sugestões de brincadeiras:
-STOP: lembra daquele jogo de preencher a tabela com palavras que iniciam pela mesma letra até alguém gritar “stop”? é esse mesmo. Essa é uma oportunidade para as crianças exercitarem seu vocabulário, mesmo que ele ainda seja mais simples. +Além das categorias mais clássicas como “nome, cidade, fruta, animal, etc”, é possível inventar categorias novas ou mais específicas como “animais aquáticos, desenhos, personagens de livros” e o que mais fizer parte do universo da criança de acordo com a idade.
-Pular corda: Essa brincadeira clássica pode ser incrementada adicionando novos desafios de acordo com a fase de desenvolvimento que a criança está. Com uma corda grande é possível tentar alternar os pés, colocar mais de 1 pessoa para pular ao mesmo tempo, organizar uma fila para que as crianças pulem uma ou duas vezes em ordem, ou então tentar fazer o jogo com duas cordas. Há bastante conteúdo na internet mostrando novos truques.
-Pequenos inventores: Fazer invenções e experimentar o funcionamento daquilo que a criança criou é estimulante e pode garantir horas de diversão. Um exemplo de brincadeira que permite inventar e buscar soluções práticas é a criação de circuitos de peças nos quais um efeito inicial gera reações em cadeia. É possível encontrar vídeos de circuitos com peças de dominó e canaletas na internet. Os brinquedos Efeito Dominó e Corrida de Bolinha são utilizados para fazer esse tipo de circuito.
Legenda: Brinquedos que desafiam a buscar soluções práticas geram interesse e proporcionam aprendizado e diversão.
De 9 a 10 anos
Nessa fase da infância eles já estão um pouco mais maduros e propensos a trabalhar melhor em equipe, explorar a criatividade e exercitar o raciocínio. Jogos diversos, ou brincadeiras de lógica e aventura são os mais indicados.
Sugestões de brincadeiras:
-Castelo de cartas: com a coordenação motora mais amadurecida, montar um castelo de cartas é um desafio interessante nessa idade, e que exige concentração e destreza. Quanto maior o castelo, mais difícil será. Também é possível montar castelos com copos descartáveis ou outros objetos leves empilháveis.
-Jardinagem: ter contato com a terra e a natureza não precisa ser exatamente uma brincadeira, mas pode se tornar uma atividade interessante para as crianças dessa idade. Além de proporcionar novos conhecimentos, plantar uma horta ou cuidar de um jardim ensina várias lições que envolvem o cuidado com a natureza e com os outros, além de despertar o interesse pelo assunto e exercitar o físico. Todo o processo pode ser divertido, desde escolher as sementes, a compra de cada ferramenta necessária, o passo a passo, mexer na terra, se sujar, e depois ver os resultados!
Por fim, os pais devem estar sempre atentos aos limites recomendados de tempo de exposição das crianças às telas. Por isso, incentive as crianças a passarem mais tempo lendo, a interagirem com jogos físicos que estimulem o raciocínio, ou a conviverem mais com a família e com os amigos, por exemplo. Brincar com as crianças sempre que possível, propondo atividades longe das telas é algo muito importante não só para o desenvolvimento físico e mental, mas para estreitar os laços e melhorar a saúde na infância, além de criar boas memórias!