Partilhar brincadeiras é uma forma de cuidar, educar e ser feliz!
Você tem memórias de quando era criança e brincava com seus pais? A maioria das pessoas provavelmente responderia que sim, e que esse tempo deixou marcas positivas em sua história. De acordo com especialistas em desenvolvimento infantil, algumas das lembranças mais vívidas que os adultos têm são justamente de momentos de brincadeiras com os pais na infância. Por isso, essa atividade é tão relevante e implica em várias outras questões para o desenvolvimento humano. Brincar proporciona às crianças a possibilidade de descobrir e experimentar o mundo, fazendo com que elas desenvolvam suas capacidades físicas, emocionais, motoras, cognitivas e de raciocínio.
Com a proximidade do Dia das Crianças, uma data com um forte apelo para o universo lúdico infantil, queremos falar sobre a importância dos pais brincarem com seus filhos.
Por que as brincadeiras entre pais e filhos são tão poderosas?
“Desde que a criança nasce, os pais são a sua primeira referência, e essa relação determina as bases da sua experiência com a vida. Eles são o seu primeiro contato com outras pessoas, com a convivência, com o carinho, com o cuidado e com a educação”, afirma Declaine F. Tomé, educadora e arte-terapeuta.
Brincar é uma das maneiras dos pais e filhos trocarem experiências e aprenderem uns com os outros. Nesse espaço, a criança expressa suas ideias e sentimentos, trazendo o adulto para o seu mundo. O relacionamento estabelecido por meio da brincadeira mostra à criança que os pais estão interessados nela, o que aumenta a sensação de segurança e pertencimento. Essa troca também é capaz de desenvolver lições sobre empatia, confiança, humanidade e respeito pelo próximo.
O contato com os filhos também é muito benéfico para os pais, que têm a oportunidade de resgatarem a sua própria infância, reencontrando a sua criança interior. “A essência de todas as pessoas tem origem na infância e, mesmo depois de adultos, ela não desaparece por completo. A criança presente em cada um representa a energia, a alegria, a felicidade, coisas boas e a inocência de descobrir o mundo pela primeira vez. Esse resgate faz muito bem aos adultos, pois possibilita ser uma pessoa melhor, mais completa, feliz, e com mais compaixão pelos outros”, conclui Declaine.
Brincar traz benefícios para o desenvolvimento das crianças
Brincar com os pais ajuda o desenvolvimento do cérebro dos pequenos, ao estimular as áreas motoras, sensoriais e cognitivas. Durante a brincadeira, são liberadas várias substâncias no organismo, como a serotonina e as endorfinas, que reduzem o estresse e a ansiedade, e favorecem um estado de ânimo mais calmo, alegre e feliz. Os pais também obtêm efeitos semelhantes, elevando os níveis de dopamina e serotonina, aumentando a sensação de bem-estar e felicidade no dia a dia.
Entre os benefícios proporcionados pelas brincadeiras está o desenvolvimento físico, pois elas ajudam a combater a obesidade infantil e estimulam o autoconhecimento corporal dos pequenos. Brincar ajuda a desenvolver o autocontrole e a atenção, instiga o raciocínio estratégico, diminui o tédio e a tristeza e desperta a criatividade e a imaginação. Quanto à interação com o outro, a brincadeira promove o otimismo, a cooperação e a negociação, ensina sobre resiliência, respeito ao próximo, trabalho em equipe, e ajuda as crianças a entenderem a importância das regras e limites.
Como os pais podem arranjar tempo para brincar com os filhos?
Com o ritmo de vida atual, em que todos, inclusive as crianças, se encontram muito ocupados e com tempo limitado, é importante encontrar formas de ter mais disponibilidade para as brincadeiras entre pais e filhos.
É possível realizar algumas adaptações na rotina para encaixar as brincadeiras, como acordar um pouco mais cedo para deixar tudo pronto, ou então reorganizar os horários de trabalho para coincidir com o horário que os filhos estão na escola, entre outros ajustes. O importante é estabelecer o hábito de incluir a brincadeira na rotina da família.
Não existe momento ideal para brincar, mas é possível transformar momentos do dia em brincadeira. A hora de fazer a comida, por exemplo, pode virar uma oportunidade de experimentação para as crianças ao fazer elas contribuírem para a preparação brincando de “mini-chefs” ou outros jogos. Na ida à escola, os pais podem propor uma brincadeira de faz-de-conta em que o caminho se transforma em uma estrada encantada por meio da imaginação. Ou a hora do banho na banheira pode incluir jogos com brinquedos e objetos que “flutuam e não flutuam” para a criança adivinhar. As possibilidades são infinitas e tudo que é necessário é a imaginação. Mesmo que não exista tanto tempo disponível na agenda de pais e filhos, é possível tornar vários momentos mais brincantes.
Diferenças entre brinquedos e brincadeiras
“Primeiro, é preciso diferenciar a brincadeira do brinquedo. A brincadeira, por definição, exige a presença do outro, exige troca, para que ela aconteça. Já o brinquedo é um objeto em si, que a criança pode tanto usar para brincar sozinha, quanto incluir o brinquedo em uma brincadeira com outras pessoas”, diz a educadora Declaine F. Tomé.
De acordo com a neurociência, as brincadeiras mais estimulantes para o desenvolvimento infantil são as que combinam atividades físicas e mentais, principalmente se forem realizadas junto com pessoas queridas, e em um ambiente confortável ou em meio à natureza.
Portanto, as atividades que trazem experiências mais ricas são os “jogos-brincadeira” que podem ser tanto físicos (pega-pega, esconde-esconde, amarelinha, pular corda, esportes), quanto intelectuais (jogos de cartas, tabuleiros, dominó, peças de montar, etc.). Esses tipos de brincadeira proporcionam um espaço de troca de experiências entre pais e filhos, onde os pais podem passar adiante os seus próprios registros positivos da infância e estabelecer novas memórias duradouras para os pequenos.
Uma questão frequente é que os pais nem sempre têm ideias de brincadeiras para fazerem com os filhos, mas isso pode ser resolvido de algumas maneiras. O simples ato de resgatar as brincadeiras que faziam na infância é um repositório rico de ideias e experiências que podem ser transmitidas aos filhos. Outro exercício seria fazer com os filhos as brincadeiras que os pais não tiveram oportunidade de fazer na infância, e criar uma nova experiência para ambos. Brincadeiras consideradas mais antigas – como cabra-cega, bolinha de gude, pipa, cinco marias, corda, estátua, etc – ainda funcionam para as crianças de hoje e podem ser uma fonte preciosa de novas memórias.
Quando os pais encontram maneiras de se dedicar às brincadeiras com os filhos os benefícios são imensuráveis para toda a família. Valorizar esses momentos de troca significa criar filhos mais empáticos, amados e preparados para viver de bem com os outros.
A Lume dispõe de uma ampla variedade de brinquedos que podem fazer parte das brincadeiras entre pais e filhos, pois promovem a interação e a diversão entre ambos.
Destacamos o “Desafio do equilíbrio”, que pode ser jogado tanto pela criança sozinha, quanto em colaboração entre mais pessoas. O desafio consiste em empilhar todas as peças sem deixar a torre cair em uma competição divertida, ficando por último quem deixar as peças caírem.
Já o nosso Efeito Dominó estimula a cooperação e a imaginação ao possibilitar infinitas combinações intrincadas e criativas para serem finalmente derrubadas com um único toque. É diversão garantida!
Declaine F Thomé é educadora, especialista em Arteterapia, Educação e Saúde pela UPF.