As crianças são criativas inatas. Com sua inesgotável curiosidade, exploram tudo o que está ao seu redor, surpreendendo-nos, a cada dia, com suas descobertas. No entanto, toda essa habilidade pode ser refreada, se não estimulada corretamente. E é sobre isso que a gente se dispõe a falar hoje.

É  por meio do exercício da imaginação que as crianças absorvem conceitos, aprendem sobre papéis sociais, resolvem conflitos e se preparam para o futuro. Isso porque a imaginação é o berço da criatividade, e a criatividade é, talvez, a habilidade mais necessária para solucionar qualquer questão na vida, incluindo saber se posicionar no mercado de trabalho. Muita coisa, né? 

Os pequenos possuem uma maneira diferente dos adultos de perceberem o mundo e, talvez, por isso ainda exista uma certa dificuldade dos pais/responsáveis em adotar brincadeiras e atividades que realmente estimulem a imaginação da criança.

No faz de conta, a criança aprende sobre si mesma, sobre sua relação com as outras pessoas, desenvolve o vocabulário e a comunicação, entre muitas outras coisas que irão refletir lá na frente. Por isso, é importante imergir na brincadeira quando você for convidado a invadir um reino tomado por dragões feitos de jujubas, ou simplesmente ir ao supermercado comprar itens imaginários. Para estimular a criança a trabalhar mais e mais esses fatores. No texto de hoje, você vai entender a importância da imaginação e como oferecer estímulo aos pequenos. Acompanhe até o fim e boa leitura 🙂

Eu vejo com os meus olhinhos…

Quem aqui não conhece o clássico jogo adivinhação que estimula a atenção aos detalhes e raciocínio das crianças a partir de uma informação? Apesar de ser uma brincadeira, usamos o nome dela como uma forma de relembrar os adultos de que as crianças “enxergam” o mundo de maneira diferente. 

Nas crianças, o desenvolvimento da inteligência e percepção é um processo contínuo e progressivo, fortemente influenciado pela liberdade de imaginação proporcionada pelo contexto em que estão inseridas. Por isso, o papel dos adultos como incentivadores da imaginação é fundamental no desenvolvimento infantil.

Imaginar para criar

Todos nós nascemos com potencial criativo que precisa ser acolhido e exercitado. Veja abaixo algumas sugestões de como incentivar: 

. Disponibilizar tempo livre para a criança: não duvide do poder que existe em dedicar parte de seu tempo desenvolvendo uma série de brincadeiras legais. É importante lembrar que em muitos momentos o adulto pode ser um observador ou um coadjuvante na brincadeira, deixando a criança dar o tom, de acordo com a sua imaginação.

· Estimular a brincadeira livre: em qualquer lugar, com qualquer objeto. Nem sempre, o brincar vai exigir a presença de um brinquedo. Quem nunca serviu um banquete de terra, grama e pedras brincando de “cozinha” no quintal ou construiu a maior fortaleza contra ondas apenas com areia e conchinhas na praia? Isso só é proporcionado quando a criança está em contato com um entorno natural que oferece elementos suficientes para imaginar jogos e suas regras.

· Trazer atividades e materiais para estimular a criatividade: brinquedos não estruturados dão mais espaço para as crianças imaginarem e criarem sua própria brincadeira.

· Demonstrar interesse pelas ideias da criança: uma das melhores maneiras de motivar a criança a seguir criativa é escutar suas ideias e ajudá-la a realizá-las mesmo que seja pura fantasia. Andar em uma bicicleta feita de doces pode ser impossível, mas para ela faz todo sentido até que se prove o contrário.

· Responder às perguntas, trazendo informações que gerem ainda mais curiosidade: as crianças fazem perguntas para satisfazer sua curiosidade e aprender coisas novas. Ao vetar este momento, você estará fechando portas sobre um aprendizado saudável sobre o mundo. Ser paciente e entregar mais material para a criança é a melhor forma de incentivar esse espírito explorador.

· Limitar o tempo de atividades passivas: o uso de videogames, televisão ou tablets deve ser reduzido para evitar transtornos no desenvolvimento tanto físico quanto psicológico. Apesar de serem atividades comuns da nossa era, não propõem momentos lúdicos de interação onde a criança desenvolve seus aspectos emocionais, cognitivos e sociais.

· Estimular a leitura: os pequenos devem ter acesso a livros desde cedo, já que dentre os vários benefícios que a leitura traz, o desenvolvimento da criatividade e imaginação está entre os principais deles. 

É brincando que se aprende

Ok! Depois de conhecer conceitos e receber dicas de como estimular a imaginação dos seus filhos, que tal agora ter ideias do que propor aos pequenos para encorajá-los a serem curiosos e exploradores? Veja abaixo, dicas de brincadeiras e brinquedos que a Priscila Nascimento, educadora parental e mãe do Rafa de 6 anos, separou carinhosamente para você:

“Antes de tudo, gostaria de deixar claro que o brinquedo é relativo”, atenta Pri. “Quando envolvemos a criança nas atividades da casa, por exemplo, isso estimula a imaginação delas, fazendo com que essas atividades sejam levadas para a brincadeira depois. É material para mais tarde”.

Uma das principais orientações da Pri, é que os brinquedos não venham prontos, e que sejam de materiais recicláveis ou naturais que possuem mais textura para enriquecer a brincadeira. Além disso, brinquedos de montar, jogos de desafios e circuitos como os que a Lume produz são ótimos para estimular a imaginação, já que é possível montar várias coisas a partir das mesmas peças.

Brinquedos não estruturados dão espaço para imaginar e inventar a brincadeira.

Um bom exemplo é a corrida de bolinha. Dependendo da criança, o jogo será utilizado para tudo, menos para fazer circuito. É até engraçado pensar nisso, mas a proposta é justamente que a criança seja livre para brincar como fizer sentido para ela. “O Rafa (meu filho) conheceu a corrida de bolinha quando tinha 3 anos, e no começo ele não fazia circuitos. Ele juntava a corrida com outras peças de madeira que já tinha e construía casas e cenários, que era o que ele gostava de fazer na época. Só depois de alguns anos que ele se interessou em fazer o circuito”, completa.

Já sobre materiais naturais, ela diz que é muito comum que os pais não deixem as crianças levarem para casa pedrinhas e gravetos que encontram no caminho, argumentando a falta de utilidade desses materiais na brincadeira. Na verdade, são brinquedos que complementam aqueles que já existem em casa e estimulam a imaginação deles. As pedrinhas podem virar um bom cenário de praia e os gravetos uma bela fogueira de faz de conta, por exemplo. 

Outro material que as crianças adoram brincar é caixa de papelão. “Passamos uma tarde brincando com caixas de papelão! Foi uma tarde inesquecível, construímos um foguete, com direito a roupa e capacete de astronauta, e quando estávamos brincando com o foguete, o Rafa virou a caixa e disse que ela tinha se transformado num barco e que ele estava de colete salva-vidas, remando num rio”, relata.

Bom! Agora que você chegou até aqui cheio de inspiração para brincar com o seu filho, gostaríamos de deixar um último recado: é importante deixar a criança com tempo livre, sem ocupar totalmente a agenda com muitas atividades extra curriculares, afinal é no ócio que a imaginação vem e uma cabeça ocupada não permite espaço para novas experiências.

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