Somos, a todo momento, desafiados a encontrar soluções criativas, seja em nossa vida profissional, ou mesmo em nossa vida pessoal. 

A criatividade, enquanto habilidade do indivíduo, vem ganhando cada vez mais relevância. É reconhecida como uma das principais habilidades necessárias no mercado de trabalho atual e futuro. Em todas as profissões, não apenas naquelas ligadas à inovação tecnológica e às artes. 

A criatividade é uma abordagem proativa na busca por soluções. Está ligada à nossa capacidade de imaginação, e de utilizar essa capacidade imaginativa para gerar soluções. 

E ter confiança na nossa capacidade de gerar soluções adequadas é fundamental para que a gente expresse as nossas ideias e tenha coragem de colocá-las em prática. 

Para sermos criativos, precisamos sim ser confiantes! 

No entanto, a nossa confiança em sermos criativos e assertivos foi, muitas vezes, reprimida ao longo do nosso desenvolvimento. A maioria de nós, adultos, passou por um processo de aprendizado no qual o erro era punido e no qual éramos estimulados a reproduzir um conhecimento que nos foi transmitido de forma “pronta”, sem que fôssemos estimulados a construir esse conhecimento. Alimentamos o nosso medo de sermos julgados e de errar. E, quanto mais nossas ideias foram sendo podadas, desde a infância, nossa confiança e capacidade de sermos criativos foi diminuindo. 

A boa notícia é que a confiança criativa não é um dom ou uma característica limitada a um grupo seleto de pessoas. A confiança criativa é uma habilidade comportamental, que pode ser nutrida e estimulada. Ou seja, é possível recuperá-la. E é possível e necessário fazer com que as crianças tenham essa habilidade estimulada. 

A RECORRENTE DIMINUIÇÃO DA CAPACIDADE CRIATIVA DA INFÂNCIA PARA A FASE ADULTA 

Temos medo de errar e de sermos julgados, de perder o controle, de fazer algo que ainda não é conhecido. E o medo impacta negativamente em nossa capacidade criativa. 

Além disso, o modelo padrão de educação que recebemos valorizou muito mais a capacidade de decorar conteúdos e de reproduzir ideias pré-estabelecidas do que a nossa capacidade de combinar conhecimento e gerar soluções. 

Uma pesquisa publicada em 1990 no livro “Ponto de ruptura e transformação” de George Land e Beth Jarman, mostra uma diminuição drástica na capacidade criativa no período que vai da infância até a idade adulta. 

Número de pessoas altamente criativas em cada faixa etária avaliada.
Fonte da pesquisa: livro “Ponto de ruptura e transformação” de George Land e Beth Jarman, de 1990.

Um mesmo grupo de pessoas foi avaliado quando tinham 5, 10 e 15 anos de idade. Aos 5 anos, 98% delas apresentaram capacidade criativa. Aos 10 anos, somente 30%. E aos 15 anos, o número cai para apenas 12%! 

E quando avaliado um grupo de pessoas com mais de 25 anos de idade, foi identificado que apenas 2% apresentaram características de pessoas altamente criativas! 

Fica claro que algo acontece na formação que recebemos da sociedade, e que vai criando barreiras para a nossa criatividade. 

Hoje, o modelo padrão de educação ainda é muito parecido com o que era aplicado há 30 anos atrás.  

É reconhecido que há muito o que avançar no processo de formação das crianças. E isso fica mais evidente quando nos deparamos com a questão do desenvolvimento da capacidade e confiança criativas. Ao mesmo tempo em que essa habilidade se tornou essencial em nossa sociedade, pouco tem sido avançado na forma como ela é estimulada e desenvolvida.  

POR QUE É IMPORTANTE TERMOS CONFIANÇA PARA SERMOS CRIATIVOS? 

Quando algo já foi testado e validado, e já está em funcionamento, nos sentimos seguros em utilizar aquela solução. 

Isso não acontece quando nos deparamos com ideias novas. Elas trazem uma solução ainda desconhecida, não validada. Assim, é preciso que tenhamos capacidade de transcender o medo de errar e o medo de sermos julgados pelos nossos erros, para que possamos testar algo novo. 

Precisamos saber que errar faz parte do processo para descobrir novas soluções. 

Precisamos, ainda, ter capacidade de continuar testando e procurando a solução, mesmo diante de algo que não funcionou. Os erros trazem aprendizado. E saber lidar com eles, sem perder a confiança, desenvolve resiliência. 

Quanto mais confiança desenvolvermos, mais capacidade de aprender e criar teremos. 

Quando menos confiança tivermos, teremos mais medo, e ficaremos paralisados. 

A INFÂNCIA É A FASE DA VIDA EM QUE MAIS SOMOS CRIATIVOS 

“A infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano”. Jean Piaget 

É na infância que os indivíduos apresentam maior capacidade criativa. 

As crianças estão imaginando situações novas o tempo inteiro. E expressam isso em suas brincadeiras. 

Suas ideias são inovadoras. É só deixar elas testarem livremente que vamos perceber o quanto elas têm para nos ensinar sobre ser criativo. Elas testam e analisam suas ideias o tempo inteiro. 

Ao invés de romper esse processo com críticas, podemos observar e estimular. 

Testar suas ideias livremente, sem o medo do julgamento, e receber elogios pelos resultados obtidos, é importante para que a confiança seja nutrida desde a infância. 

ENFRENTAR OS MEDOS E ADQUIRIR CONFIANÇA CRIATIVA 

“Um aspecto essencial da criatividade é não ter medo de fracassar”. Edwin Land

David Kelley, um dos autores do livro “Confiança Criativa”, fala, na palestra de TED, cujo link está a seguir, que a confiança criativa é frequentemente abalada na infância. Observou que as pessoas tem medo de serem julgadas se não fizerem a coisa certa e de forma criativa. 

Palestra de David Kelley sobre confiança criativa.

David Kelley fala do processo desenvolvido pelo psicólogo Albert Bandura, que auxilia na cura de fobias. Por meio de pequenos passos, as pessoas vão enfrentando aquilo que as deixava desconfortáveis, como o medo de cobras, por exemplo. Á medida em que vão se familiarizando com aquilo que temiam, as pessoas vão enfrentando seus medos e tornando-se confiantes. 

Assim também é possível fazer com que pessoas que não se acham criativas e tem medo de colocar em prática suas ideias, passem por uma série de passos e pequenos sucessos, até se familiarizarem com o seu processo criativo. Mesmo pessoas que acham que tem limitações para isso, podem desenvolver a confiança criativa. 

Quando as pessoas adquirem confiança, adquirem habilidades que as auxiliam a enfrentar melhor todos os desafios que surgem ao longo de suas vidas. E se tornam mais resilientes. 

ADQUIRIR RESILIÊNCIA 

É necessário ter resiliência para obter êxito. 

É mito achar que uma pessoa que obtém êxito não fracassou. Em geral, as pessoas tentam e fracassam muito até terem sucesso. E não desistem, devido à resiliência. 

Ajudar as crianças a encararem o erro como uma experiência construtiva, a partir da qual se retira aprendizado para as próximas tentativas, ajuda a fazer com que elas desenvolvam a resiliência. E assim, de tentativa em tentativa, elas vão percebendo que podem solucionar pequenos desafios, e vão adquirindo confiança pela experiência. E isso as encoraja a serem mais criativas no futuro. 

David Kelley fala que, quando as pessoas tem confiança, passam a tentar mais arduamente e mais vezes, até obterem sucesso. 

O ENCORAJAMENTO CRIATIVO NA INFÂNCIA 

A criatividade não é um dom restringido a algumas pessoas, mas sim uma capacidade natural do ser humano, que tanto pode ser reprimida e ficar adormecida ao longo da vida, como pode ser estimulada e desenvolvida. 

Assim sendo, podemos perceber que a estimulação e o encorajamento criativo na infância são muito importantes para o futuro do indivíduo. 

Quando uma criança está expressando suas ideias, podemos apenas observar, e podemos também incentivar que elas se sintam orgulhosas de suas criações. 

Crianças ficam orgulhosas quando inventam algo novo ou obtém êxito com o que estavam tentando. Podemos incentivá-las a se sentirem encorajadas.

É assim, nas brincadeiras livres, em que as ideias não são podadas e onde medo de errar e de ser julgado é deixado de lado, que as crianças podem testar suas ideias. E se apropriarem de sua capacidade criativa. 

Quanto mais confiança elas desenvolverem, mais capacidade de aprender e criar elas terão. E quanto mais aprenderem e criarem, maior será a sua capacidade de utilizarem todo o seu potencial no futuro. 

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