Maio chegou e com ele começamos a ver homenagem às mães por todos os lados: como são guerreiras, fortes, e essenciais na vida de cada filho, de cada família. E são mesmo, né? Merecem cada homenagem, cada presente, cada carinho! 

Mas quero trazer aqui uma reflexão: tão importante quanto prestar essa homenagem para as mães nesse dia especial, é perceber que por trás delas, de cada mãe, existe uma pessoa. E essa pessoa tem necessidades, desejos e vontades que vão além do maternar! 

Você já parou pra olhar a sua mãe e pensar sobre isso?  

É isso mesmo, mãe também é gente! E frequentemente esquecemos disso, olhamos para ela e só vemos a mãe que está ali sempre disposta a acolher seus filhos e ajudá-los.  

Esse esquecimento, muitas vezes, começa na própria mãe que antes mesmo do bebê nascer já começam a vivenciar uma dicotomia: ela muda a alimentação, a rotina, as prioridades. Toda a atenção é dada para o novo serzinho que fará parte da família e do círculo de amizades. 

E tem algo mais gostoso que dar atenção a um bebê que está chegando?  

Realmente é muito gostoso, e esse momento merece ser vivido e aproveitado por todos! 

Só que acabamos esquecendo que a mulher que em breve se tornará mãe também necessita de atenção e afeto, também precisa receber um colinho, um abraço, um cuidado, ainda mais nesse momento que está acontecendo tantas transformações dentro dela! 

“Durante a gestação os olhares estão voltados à mãe numa espécie de raio-x. Olha-se para a mãe, mas só se vê o bebê. Durante a minha gestação senti na pele essas sensações, posso dizer que dói. Dói porque mesmo amando o Miguel, ainda nutria amor por mim, mas me sentia sozinha nesse barco.” Diz a Joana, que além de mãe do Miguel, é Fisioterapeuta Pélvica e Professora. 

Pensando nisso, as arquitetas e amigas Jennyfer e Sarah, resolveram enviar um mimo de boas-vindas à mais nova mãe: “percebemos que todos os nossos amigos estavam planejando enviar presentes para a recém-chegada Lara, então decidimos homenagear também a mãe da bebê com flores e produtos para o bem-estar dela” 

Iza e Lara

O encontro do equilíbrio

É um desafio diário encontrar o equilíbrio entre as prioridades do filho e o resgate da individualidade da mãe como pessoa, como alguém que tem vontades próprias, desejos e medos. O equilíbrio é necessário, pois sem ele, a mãe se torna uma mulher demasiadamente sobrecarregada, exausta e desanimada, cada vez menos motivada a buscar seus ideais. 

“Eu acredito que o alcance do equilíbrio materno está muito relacionado com a qualidade da nossa rede de apoio, ambiente familiar e de trabalho. Quando uma mulher se torna mãe, toda a sociedade se torna junto; é um trabalho de cuidado coletivo” relata Mirelle, Mãe do Ulisses, Engenheira e Pesquisadora. 

Ela ainda complementa: “Estar segura dos nossos objetivos como mãe e mulher é um primeiro passo para o encontro com o equilíbrio. Isto é empoderamento materno.  

Mirelle conta que durante o seu processo de autoconhecimento como mãe foi fundamental ter acesso a informações distribuídas por pessoas que estão falando ativamente sobre gestação, puerpério, amamentação, desenvolvimento infantil, divisão de responsabilidades e também sobre a culpa materna. 

Alguns exemplos são as pediatras Amanda Ibagi (@amandaibagypediatria), Mari Rios (@umamaepediatra), Bianca Mello (@drabiancamello),  além da  Veronica Lindner ,  Andressa Reis (@andressareiis), Amanda Oliveira (@sorriremamar), Marcia Tosin (@criação_neurocompatível), Thais Basile (@educacaoparaapaz).

De pouco em poucocompreendemos que o nosso maternar é perfeito nas suas imperfeições e, assim, começamos a levar uma vida mais leve e equilibrada.” Complementa ela. 

E você mãe, como se vê nessa balança?  

Suas necessidades são legítimas! Essa busca parte de um olhar para dentro de si mesma, de como você está se sentindo nesse conjunto de obrigações que estão enraizados culturalmente dentro de você, dentro da sua família e na sociedade.  

Sabe aquele provérbio africano? “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”, ele é mais que verdadeiro, é necessário e urgente! É aquele “trabalho de cuidado coletivo”, que a Mirelle mencionou acima que vai fazer a diferença no cuidado com a mãe e com o bebê. E dessa forma estaremos cuidando de quem cuida. 

Percebeu o ciclo que se formou? E a importância do “cuidar de quem cuida”?  

E digo mais, ninguém dá o que não tem! As mães precisam estar nutridas para nutrir seus filhos. E não tem nada melhor para o desenvolvimento das crianças do que pais e mães emocionalmente saudáveis e nutridos! 

E esse assunto não para por aí, né? É algo que escutamos muito e que temos muito a aprender ainda!  

Compartilho com vocês algumas dicas de leitura e podcast sobre autocuidado e maternidade:  

  • A escritora e terapeuta Laura Gutman aprofunda esse tema no livro “Mulheres visíveis, mães invisíveis”, apresentando um ponto de vista mais humano e íntimo na criação dos filhos. Ela traz no livro temas que permeiam a gestação da mulher/mãe, o parto, pós-parto, puerpério, cuidado com os filhos, a mulher, o papel do pai e da família na gestação e na criação das crianças; 
  • A terapeuta Ila Brognoli, mãe de duas meninas, lançou em novembro do ano passado o Pod Cast “A Mãe Pod”, e já no primeiro episódio ela trouxe o autocuidado na prática como tema. Nele ela sugere uma reflexão do porquê é tão difícil aplicar o autocuidado na vida diária das mulheres mães, trazendo para reflexão esse assunto tão pertinente e necessário, como ela mesma fala. “Falei sobre a importância de tirar o autocuidado dessa gaiola de ouro, como algo difícil demais de ser alcançado. Porque quando a meta é inatingível, não há força de vontade que baste para seguir buscando.” (parte de um post no instagram @ila.brognoli).   

Como vimos, são muitas variáveis que envolvem o “cuidar de quem cuida”, e nesse Dia das Mães, te convido a refletir sobre esse círculo de cuidados, sobre o seu papel dentro desse conjunto. 

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